Mesmo que seja difícil, posso tentar me
descrever. Cresci em um contexto familiar conturbado, onde minha mãe falava mal
de meu pai, meus irmãos falavam mal deles próprios e me faziam sentir como um
lixo, como se no futuro eu também seria visto como a ovelha negra perante a
família.
Por inúmeras vezes me vi só, onde, os
poucos amigos que tive na infância, todos foram caracterizados como más
influências pelos meus pais. A única amizade que tive, foi a minha imaginação,
e por mais que pareça loucura, ela continua sendo o meu refúgio. Comparo as
experiências da minha infância como as cicatrizes de um soldado que venceu a
guerra. Elas contribuíram para a minha sobrevivência, porém, as sequelas são a
enorme frieza que existe em mim. Não vi companheiros de batalhas sendo mortos,
é bem pior que isso, vi uma família sendo arruinada por falta de respeito e
excesso de bebidas alcoólicas.
Sem saber para onde iria, nem o que
faria, dia 02 de outubro de 2011, Deus colocou uma mulher na minha vida. A
história deste romance começa da seguinte maneira: Sempre
gostei de me isolar, pois, sempre acreditei que na isolação temos a
oportunidade de se conhecer mais e mais, aonde, através do silencio,
conseguimos de fato ouvir os nossos pensamentos e também, claro, os nossos
sentimentos. Também sei a importância do silencio em respeito a não correr o
risco de falar bobagens por aí. Como minha velha mãe dizia: “boca fechada não
entra mosquito”, ou até mesmo, como o tão conhecido filosofo francês Rousseau, afirma: “Só
entende o valor do silêncio quem tem necessidade de calar para não ferir
alguém. ”
No
dia quatro de setembro de dois mil e onze, tive a felicidade de ter um momento que
me favoreceu, nos sentidos de reencontrar-me.
Eu era um jovem inexperiente, na busca insaciável de preencher o vazio
da solidão. Muitas ‘zoações’ existiam motivadas a minha inexperiência com as
mulheres, sofri muito bullying por ser um rapaz tímido, e um dia qualquer, em
um pedido de um amigo ‘garanhão’, saímos no intuito de descontrair e quem sabe
tirar esta minha timidez no calor das mulheres. Saímos acompanhados com mais
alguns amigos dele, no qual, falando a verdade, não tive vontade alguma de que
aqueles estranhos se tornassem meus amigos também. Aqueles “estranhos” demonstravam
serem de personalidades diferentes da minha, fiquei muito assustado,
repreensível, como se eles fossem monstros e a qualquer minuto eu tivesse que
sair correndo para baixo da minha cama. Mas eu não estava em casa, e caso
viesse acontecer o que até aquele momento só estava em meus pensamentos,
certamente, teria que fazer mil e umas ações para renovar o meu esconderijo.
Nós
estávamos indo para um passeio, onde estava os levando com o carro do meu pai.
Levei-os para o clube recreativo em que meu pai é sócio e logo em seguida,
levei-os até uma cachoeira perto dali. Chegando lá, passei a maior parte do
tempo, sentado a margem do rio, visualizando o meu reflexo, e através daquele
momento, passei a maior parte do tempo dialogando por pensamento com a imagem
que ali estava fixada na água. Após alguns minutos, aconteceu algo que nunca imaginei
em toda a minha vida. Aquele momento estava preste a me fazer possuir outros
tipos de conceito sobre a forma que vivemos.
Era a Menina Mulher que jogava areia em minha direção
para chamar a minha atenção. Comecei a jogar areia nela também, não com o
propósito de brincadeira, mas sim de vingança. Poxa, imaginem só, eu com os
meus pensamentos, sabem lá Deus onde, e vem uma estranha qualquer jogando
arreia do nada, chega a ser engraçado e ao mesmo tempo irritante, porém, foi
deste jeito, naquele período em que a areia se locomovia conforme jogávamos uns
aos outros, que estava acontecendo o inesperado, meu peito estava memorizando
todos os gestos daquela menina, onde, dentro de mim já existia a certeza: ela
era a minha querida e atual escolhida. Tudo parecia coisa de cinema, como aqueles
filmes bons de romance, onde quem os produz tem talento para dar e
posteriormente, também vender. Desta forma, o meu coração batia aceleradamente,
e não controlava mais os meus pensamentos. Era como se aquela Menina Mulher
estivesse comandando a minha mente. Era coisas que, só tinha ouvido em
histórias pra crianças, jamais imaginei que aconteceria em minha vida. Nossas
bocas não pronunciaram uma só palavra, era como se estivéssemos trocando
pensamentos e sorrisos. Até os dias atuais, não consigo compreender o como isto
aconteceu, minhas justificativas estão direcionadas ao agir de Deus.
(...) Continua...
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