Relendo as cartas, percebo que por
muitas vezes o meu coração foi machucado. Por muitas vezes, sofri demonstrando
como se amasse sofrer. Percebi que nunca desejei que as coisas chegassem aonde
estão, mas sim, vejo que sempre foi Deus orientando o meu caminhar, pois para
mim, não a outra explicação.
Foi-me bom ter eu
passado pela aflição, para que aprendesse os teus decretos. Para mim vale mais
a lei que procede de tua boca do que milhares de ouro ou de prata. As tuas mãos
me fizeram e me afeiçoaram; ensina-me para que aprenda os teus mandamentos. -
Salmos 119:71-73
Naquele período, compreendi o que já
era óbvio, meu coração se corroeu e já não conseguia controlar os seus batimentos
que tornaram a ficar acelerado. O meu coração se preencheu com muita raiva,
pois, mais uma promessa a Menina Mulher prometeu e não conseguiu cumprir, onde
no passado ela mesmo havia dito que caso viesse a se apaixonar por outra
pessoa, eu seria o primeiro a ser informado disto.
Chegando próximo ao Rapaz, a Menina
Mulher me pediu para que parasse o mais longe possível dele. Parei na próxima
esquina e a conclusão que tirei é que ela desejava privacidade e que sentia
como se fosse uma obrigação dela dar satisfação a ele. Quando ela desceu da
moto e foi de encontro dele, o ódio que estava no meu coração só estava
aumentando. Sozinho na moto, comecei a puxar o acelerador com intuito de
repelir os impulsos nervosos que estavam dominando o meu lado sereno.
No retorno da Menina Mulher, quando ela
estava subindo na moto, o Rapaz passou por nós de a pé com um semblante de
intimidação. Atualmente, com mais experiência, percebo que ambos possuíamos
motivos para sentirmos raiva e, que não a como concluir quem estava certo ou
errado, afinal, tudo foi uma tremenda confusão.
Quando de moto passei pelo rapaz,
lembro-me como se fosse ontem, o seu olhar penetrante contra a minha pessoa.
Não consegui controlar os impulsos nervosos, nisto, acelerei a moto e a Menina
Mulher caiu da moto. Imediatamente, joguei a moto em direção ao meio fio e fui
ver o como ela estava. Quando fui em direção para socorre-la, me deparei com
aquele idiota próximo a mim e na raiva que estava, não pensei duas vezes,
empurrei-o ao vê-lo aproveitando da situação para passar as mãos sobre os seios
da Menina Mulher. Enquanto buscava ver o como estava ela, ouvi o grotesco julgamento
que o Rapaz fez: "— Viu a besteira que tu provocaste? Se tu não tivesses
aparecido, nada disto teria acontecido!"
(...)
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