As quinze horas e cinquenta minutos, do
dia vinte e três de fevereiro de dois mil e treze, escrevi: Reconheço o meu
desinteresse em dar continuidade a sétima carta e por este motivo, peço-te
desculpas. Dia quinze deste mês, tu foste a Corumbá-MS e até este dia, o nosso
namoro estava mil maravilhas. Eu não tinha nada com o que reclamar, mas por
fim, após o teu retorno, voltou revoltada, dizendo que estava cansada da rotina
que vivia comigo e por assim, estaria a dormir todos os dias na casa da sua
tia.
A Menina Mulher passou a abandonar por
completo os sentimentos que possuía por ela. Tornou-se a ser muito mais
arrogante do que de costume e, só Deus sabe o quanto foi difícil prosseguir,
afinal, tudo tornou-se a ser motivo de briga. - "Desta forma, resolvi dar
um tempo a mim, assim como tu está se dando. Resolvi não te ligar avisando o
momento que estou saindo ou entrando em casa. Será um momento para reflexão,
com intuito de descobrir o que houve, pois até o momento, mesmo tendo-se
passado um mês do seu retorno de Corumbá, não compreendo o motivo para tremenda
mudança.
Nós seres humanos, precisamos de alguém
que retribua os carinhos que costumamos doar. Reconheço que não sou o melhor
namorado do mundo. Sou repleto de defeitos, porém, sei que poucos costumam
fazer o que faço. Em todos os momentos pelos quais te levei salgados, iogurte,
pão, biscoitos, sorvete ou até mesmo os momentos pelos quais apenas te liguei
dizendo que te amo e informando aonde estou, vejo como uma obrigação da minha
parte com você. É a minha obrigação como namorado relembrá-la diariamente que
existem pessoas que te amam verdadeiramente. Se pensas em seguir a sua vida com
outro homem, bem, não irei impedi-la, só espero que este homem seja melhor que
eu." – Escrevi.
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