terça-feira, 26 de maio de 2020

Mapeamento 10/05/2019




Na última sexta feira, dez de maio, eu e o Thaylon fomos a capital, para mais um mapeamento. Foi uma viagem tranquila, e sem nenhum transtorno, ele foi um menino muito obediente e em nenhum momento tive que agir com rigor. Neste dia, entreguei a Dra. Bruna dois tipos de relatórios. Um deles era da Dr. Patrícia, a qual, afirmava que haviam mudanças significativas em respeito ao comportamento do Thaylon, aonde está possuindo maiores interesses em aprender, onde “após a regulagem do aparelho melhorou muito seu temperamento, comportamento e socialização. Não retira mais o aparelho, pelo contrário, quando ele cai, o próprio Thaylon pede para colocar ou tenta ele mesmo colocar. Sua oralização está acontecendo de forma gradativa. ”
O outro relatório, eram três folhas da UMEI que frequentava, suas palavras eram de que "o mesmo não se comunica com os profissionais e/ou alunos por linguagem de sinais, mas por atitudes voluntárias ligadas diretamente as suas vontades como por exemplo: escolhas de brinquedos, lugares que deseja ir, o que quer comer, com o que quer brincar, interagindo quando deseja, com as crianças em todos os espaços da UMEI, participa das atividades, após observar os demais colegas, realizam sem maiores dificuldades."
Ao me perguntar o que havia notado de diferente em respeito ao comportamento do Thaylon neste último mapeamento, ponderei as seguintes mudanças:

§  No mapeamento anterior, ao desejar alguma coisa, o Thaylon apontava o dedo sem produzir sons. Agora ele aponta produzindo sons como: "aaa";
§  Quando estávamos de costas para ele, e este queria a nossa atenção, ele nos tocava para que aviéssemos nota-lo. Agora, ele produz sons para que venhamos a ficar de frente para ele.
§  Houve uma mudança significativa em seu comportamento linguístico, principalmente dentro da igreja que frequentamos, aonde ao pegar o microfone, ele produz vários sons, como: "aaa", "eee" e "humm", simultaneamente.

Ao continuar ponderando partes do relatório da Umei, a Dra. Bruna perguntou a minha opinião ao respeito do seguinte desabafo: "A maior dificuldade encontrada, relatada pelas professoras, é a falta de formação em libras para saberem se comunicar com ele, tanto da parte profissional, quando do aluno, que demonstra suas vontades sempre com apontamentos, acreditando que seria necessário mais tempo na sala de atendimento educacional especializado (AEE), para que o aluno possa ter apoio para desenvolver meios de comunicação para facilitar seu desenvolvimento escolar, através de profissional qualificado."
A minha opinião foi bem objetiva, afinal, quando o Thaylon concluiu a cirurgia lá em São Paulo, a equipe da Unicamp tirou muitas dúvidas, e o principal conselho foi de que o desenvolvimento auditivo do Thaylon depende exclusivamente da quantidade de horas que ele usará o aparelho. Simples assim. Que Deus me perdoe se eu estiver exagerando, mas o sentimento que eu e a minha esposa possuímos, é que o problema do Thaylon está sendo empurrado para o lado. Pois nestas três folhas que entregaram, em nenhuma delas relata a quantidade de horas que o Thaylon está usando o aparelho.
Em vários dias, e em horários diferentes, eu e a minha esposa fomos acompanhar a atividade escolar dentro da Umei, e em inúmeras ocasiões, ele encontrava-se sem o aparelho. Questionando-os sempre diziam que ele fica tirando o aparelho, e que possuem medo de que o mesmo venha a estragar. Por um determinado período, o levávamos somente no período da tarde, porém, como eu e a minha esposa estamos trabalhando, agora necessitamos deixá-lo em período integral, tendo-se como fundamental a participação da Umei no desenvolvimento do Thaylon.
Para não prejudicar a relação entre pai, aluno e professores, costumo me desabafar unicamente a Deus. Depósito os meus problemas somente em suas mãos, aonde continuarei a ponderar aquele sonho como uma promessa D´ele, aonde dizia-me que o caso do Thaylon seria para confundir a medicina e consequentemente, evangelizar muitas pessoas ao conhecerem a sua história.

Oração:

Querido Deus, perdoe-me por possuir um coração ansioso. Perdoe-me por desejar as coisas tudo no meu tempo, isto me torna uma pessoa egoísta, não é mesmo? Senhor, os meus três filhos são os meus maiores tesouros que possuo aqui na terra, e lhes entrego em suas mãos. Tenho a total consciência de que não possuo o controle dos seus comportamentos, apenas guio-os para caminhos menos dolorosos. 
A equipe médica insiste em ponderar que o comportamento do Thaylon está muito agitado, e isto é um dos fortes motivos para o atraso no seu desenvolvimento social. É por isso que com um coração sincero, estou lhe pedindo ajuda, afinal, reconheço-o como médico dos médicos, e professor dos professores, ajuda-nos Senhor, por favor, permita-me testemunhar as tuas maravilhas. Amém!

Leiam mais em: https://clubedeautores.com.br/livro/diario-de-um-cristao-4

Nenhum comentário:

Postar um comentário

A quarta separação

" — (...). Se tu realmente me amas, verás que ambos estamos errados, que os meus ciúmes até podem estar elevados, porém, também est...