Na última sexta feira, dez de maio, eu
e o Thaylon fomos a capital, para mais um mapeamento. Foi uma viagem tranquila,
e sem nenhum transtorno, ele foi um menino muito obediente e em nenhum momento
tive que agir com rigor. Neste dia, entreguei a Dra. Bruna dois tipos de
relatórios. Um deles era da Dr. Patrícia, a qual, afirmava que haviam mudanças
significativas em respeito ao comportamento do Thaylon, aonde está possuindo
maiores interesses em aprender, onde “após a regulagem do aparelho melhorou
muito seu temperamento, comportamento e socialização. Não retira mais o
aparelho, pelo contrário, quando ele cai, o próprio Thaylon pede para colocar
ou tenta ele mesmo colocar. Sua oralização está acontecendo de forma gradativa.
”
O outro relatório, eram três folhas da
UMEI que frequentava, suas palavras eram de que "o mesmo não se comunica
com os profissionais e/ou alunos por linguagem de sinais, mas por atitudes
voluntárias ligadas diretamente as suas vontades como por exemplo: escolhas de
brinquedos, lugares que deseja ir, o que quer comer, com o que quer brincar,
interagindo quando deseja, com as crianças em todos os espaços da UMEI,
participa das atividades, após observar os demais colegas, realizam sem maiores
dificuldades."
Ao me perguntar o que havia notado de
diferente em respeito ao comportamento do Thaylon neste último mapeamento,
ponderei as seguintes mudanças:
§ No mapeamento anterior, ao desejar alguma coisa, o Thaylon apontava o
dedo sem produzir sons. Agora ele aponta produzindo sons como: "aaa";
§ Quando estávamos de costas para ele, e este queria a nossa atenção, ele
nos tocava para que aviéssemos nota-lo. Agora, ele produz sons para que
venhamos a ficar de frente para ele.
§ Houve uma mudança significativa em seu comportamento linguístico,
principalmente dentro da igreja que frequentamos, aonde ao pegar o microfone,
ele produz vários sons, como: "aaa", "eee" e
"humm", simultaneamente.
Ao continuar ponderando partes do
relatório da Umei, a Dra. Bruna perguntou a minha opinião ao respeito do
seguinte desabafo: "A maior dificuldade encontrada, relatada pelas
professoras, é a falta de formação em libras para saberem se comunicar com ele,
tanto da parte profissional, quando do aluno, que demonstra suas vontades
sempre com apontamentos, acreditando que seria necessário mais tempo na sala de
atendimento educacional especializado (AEE), para que o aluno possa ter apoio
para desenvolver meios de comunicação para facilitar seu desenvolvimento
escolar, através de profissional qualificado."
A minha opinião foi bem objetiva,
afinal, quando o Thaylon concluiu a cirurgia lá em São Paulo, a equipe da
Unicamp tirou muitas dúvidas, e o principal conselho foi de que o
desenvolvimento auditivo do Thaylon depende exclusivamente da quantidade de
horas que ele usará o aparelho. Simples assim. Que Deus me perdoe se eu estiver
exagerando, mas o sentimento que eu e a minha esposa possuímos, é que o
problema do Thaylon está sendo empurrado para o lado. Pois nestas três folhas
que entregaram, em nenhuma delas relata a quantidade de horas que o Thaylon
está usando o aparelho.
Em vários dias, e em horários
diferentes, eu e a minha esposa fomos acompanhar a atividade escolar dentro da
Umei, e em inúmeras ocasiões, ele encontrava-se sem o aparelho. Questionando-os
sempre diziam que ele fica tirando o aparelho, e que possuem medo de que o
mesmo venha a estragar. Por um determinado período, o levávamos somente no
período da tarde, porém, como eu e a minha esposa estamos trabalhando, agora
necessitamos deixá-lo em período integral, tendo-se como fundamental a
participação da Umei no desenvolvimento do Thaylon.
Para não prejudicar a relação entre
pai, aluno e professores, costumo me desabafar unicamente a Deus. Depósito os
meus problemas somente em suas mãos, aonde continuarei a ponderar aquele sonho
como uma promessa D´ele, aonde dizia-me que o caso do Thaylon seria para
confundir a medicina e consequentemente, evangelizar muitas pessoas ao
conhecerem a sua história.
Oração:
Querido Deus, perdoe-me por possuir um
coração ansioso. Perdoe-me por desejar as coisas tudo no meu tempo, isto me
torna uma pessoa egoísta, não é mesmo? Senhor, os meus três filhos são os meus
maiores tesouros que possuo aqui na terra, e lhes entrego em suas mãos. Tenho a
total consciência de que não possuo o controle dos seus comportamentos, apenas
guio-os para caminhos menos dolorosos.
A equipe médica insiste em ponderar que
o comportamento do Thaylon está muito agitado, e isto é um dos fortes motivos
para o atraso no seu desenvolvimento social. É por isso que com um coração
sincero, estou lhe pedindo ajuda, afinal, reconheço-o como médico dos médicos,
e professor dos professores, ajuda-nos Senhor, por favor, permita-me
testemunhar as tuas maravilhas. Amém!
Nenhum comentário:
Postar um comentário